Psicologia Positiva

Para Martin Seligman, psicólogo americano respeitado por suas teorias sobre o “desamparo aprendido”, os últimos 60 anos representaram um esforço da psicologia e da psiquiatria no caminho da cura das doenças. Um novo modelo se desenvolveu a partir do interesse pela etiologia das doenças e também pela descrição e classificação das mesmas, em uma espécie de ciência da doença mental. Novos tratamentos e drogas foram propostos e testados, buscando aliviar o sofrimento, e muitos estudos controlados conseguiram demonstrar a efetividade da psicoterapia e da farmacologia no tratamento das doenças mentais.

Apesar dos benefícios inegáveis deste modelo, Seligman listou algumas conseqüências indesejáveis.Os profissionais da área de saúde se tornaram vitimologistas e patologizadores, diminuindo a importância da responsabilidade e das escolhas dos indivíduos. Na pressa em ajudar o outro a cessar a dor, esqueceram de valorizar o lado positivo dos indivíduos e de realizar intervenções destinadas a auxiliá-los a tornar a sua vida mais alegre e feliz.
No final da década de 90, Martin Seligman e outros cientistas de renome, começaram a realizar estudos rigorosos para compreender a potencialidade humana e a felicidade.
A chamada psicologia positiva desenvolvida por ele,vem justamente no encontro desta lacuna e tem três objetivos principais:
1 – a psicologia deve estar preocupada da mesma maneira com a fraqueza (doença) e com a força (saúde)
2 – deve estar tão preocupada em construir forças e não só em reparar danos.
3 – deve estar preocupada em tornar a vida das pessoas mais felizes, com sentido, facilitando a eclosão dos talentos individuais.
O que Selgiman espera com a criação do campo da Psicologia Positiva é de ver o surgimento de uma nova ciência, de uma ciência que se preocupa com o que faz a vida valer a pena. Podemos definir a psicologia positiva como o estudo científico da potencialidade humana, suas forças e virtudes, do bem-estar e daquilo que nos leva ao funcionamento ótimo, saudável e feliz.Criaram-se alguns inventários e uma classificação das forças e virtudes dos indivíduos, na tentativa de descobrir o processo de causalidade das emoções positivas.
Seligman acredita na existência de três domínios no campo da Psicologia Positiva e cada um deles pode ser explicado por uma conceituação de tipos de vida, que nada mais são do que caminhos para se alcançar uma vida plena :
1 – A Vida Agradável (The Pleasant Life) : quando você tem a maior quantidade possível de emoções positivas que pode ter e a capacidade para ampliá-la, minimizando as emoções negativas. A Vida Agradável nos fala sobre as emoções positivas do passado, presente e futuro. A vida agradável tem desvantagens :a primeira é que ela é em grande parte uma característica hereditária, e em segundo, a de que podemos nos habituar a ela e desvalorizá-la.

2 – A Vida Engajada (The Engaged Life) – consiste na utilização do nosso potencial, das forças pessoais, de caráter e virtude, como integridade, capacidade de amar e ser amado, valor, liderança, etc. Quando a atividade que fazemos, exige o máximo do nosso potencial, tendemos a entrar no chamado estado de fluxo que pode ser entendido como uma espécie de estado na qual o indivíduo fica tão focado e concentrado fazendo algo do qual gosta, que perde a noção da realidade e o tempo parece voar. O grupo de Seligman acredita que há uma receita para isto : procura-se identificar as forças e talentos individuais e auxilia-se o indivíduo a organizar a sua vida de maneira a usá-las o a maior tempo possível.

3 – A vida com sentido (The Meaningful Life) : é a utilização das suas forças pessoais a a serviço de algo maior do que você mesmo, como , por exemplo, um trabalho humanitário, ou a serviço de instituições positivas.

Acredito que as idéias da Psicologia Positiva serão, em um futuro próximo, absorvidas por diferentes abordagens de psicoterapia por se tratarem de uma ampliação do campo de atuação do psicólogo clínico.

Texto de Marco Aurélio Mendes - Psicólogo

3 comentários:

Rosângela disse...

Bom dia!!

Tenho transtorno de ansiedade e estou grávida de 23 semanas, mais ou menos 2 meses notei que estou ficando muito mais nervosa e stressada. Depois que li a sua matéria sobre o cortisol fiquei muito preocuapada. Tenho acompanhamento psiquiatrico, na última semana ele me receitou lexotan, mas ainda tenho medo de tomar e prejudicar o bebê. Mas agora fiquei na dúvida o que mais pode prejudicar o bebê se o meu stress ou o remédio que ele passou. Antes de voltar no meu médico tinha ido em outro psiquiatra para tomar uma segunda opinião, ele me garantiu que o melhor é fazer terapia,que é o que estou fazendo, que remédio faria mal para o bebê. Mas mediante o stress que estou sofrendo resolvi voltar no meu médico, mas ainda estou relutante em comprar e tomar o medicamento. Por favor, ajude-me dando uma luz. Meu e-mail é mariarosangela2009@gmail.com Desde já agradeço pela atenção.

Marisa disse...

Parabens pela iniciativa. Encontrei este site por acaso mas adorei.

NUNAP disse...

Obrigado Marisa.
Indique para os amigos.
Abraço